segunda-feira, 23 de abril de 2012

Ser livre é transgredir!



“Sempre fomos livres nas profundezas de nosso coração, totalmente livres, homens e mulheres. Fomos escravos no mundo externo, mas homens e mulheres livres em nossa alma e espírito.” (Maharal de Praga)

Meu primeiro grifo. Sempre questionei essa liberdade e Bonder me esclareceu com maestria. Ela vive dentro de nós. Somos almas vestidas de desobediência. Almas inquietas, transgressoras, livres. A imoralidade da alma consiste em movimentar o corpo, que é por natureza, acomodado.


O corpo enquadra-se nas tradições e a alma busca traí-las para podermos transcender.  E transcendendo, evoluímos. Embora pareça um processo difícil, e de fato é, a parte mais complicada é firmar a transgressão e permitir ou possibilitar a transgressão dos que estão ao nosso redor.
Na transgressão, de acordo com Bonder, marcamos um novo segmento de nossas histórias individuais e coletivas. Quando nos esquivamos de transgredir, comprometemos nossa qualidade de vida e a possibilidade de continuidade de toda sociedade.  Quando tomarmos consciência da importância das inúmeras possibilidades da transgressão, transformaremos os mundos.
E para os momentos de miopia, ele me deixou esta frase:

“...a vida saberá nos julgar não apenas pelas perversidades que acreditamos poder evitar, mas também pelas tolices que nos permitimos.”

Reflitamos!

P.S.: Em breve postarei uma imagem.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

O olhar da alma...

"Há um olhar que desnuda, que não hesita em afirmar 
que existem fidelidades perversas e traições de grande lealdade. 
Este olhar é o da alma. "

Não precisava de mais. Com o trecho acima, 'A alma imoral' do Nilton Bonder já havia me conquistado. Contudo, bastou continuar a leitura para descobrir que o livro é mais. Muito mais. Um convite à reflexão sobre, por exemplo, o que é 'certo' e 'errado'. Um chamado para sermos nós mesmos, honestos e livres. Enfim, um livro que vale muito mais a pena ser lido que eu poderia descrever.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Um convite à auto-sinceridade


A proximidade maior da imoralidade que nos é permitida: estarmos executando nossas mais profundas ordens.”
A princípio, uma leitura atípica, complexa, densa, que em sua natural condução nos leva ao nosso encontro. Inquietante a cada página.
Repudiar com veemência todo tipo de ação ou comportamento limitante que vá de encontro com a nossa verdade maior, com o nosso EU verdadeiro, nossa essência. É assim que Bonder vai caminhando na construção do significado de imoralidade e de alma.
Alma no sentido de “... nada mais do que o componente consciente da necessidade de evolução, a parcela de nós capaz de romper com os padrões e com a moral”. Para Bonder é a alma a nossa essência, o que somos verdadeiramente e seria ela a quem deveríamos atender em sua completude. Porque é ela quem nos leva pra adiante, quem quer nos levar ao nosso melhor, à verdade. É ela quem nos leva mais próximos de sermos mais felizes. E imoral seria tudo que externo à nossa alma, logo também à nossa essência, nos distancia da nossa felicidade, da nossa verdade.
Bonder incansavelmente destrincha sua admiração pela transgressão. Transgressão em seu melhor sentido, o de se aproximar e encontrar a si, indo em sentido oposto às regras, imposições, normas e a tudo mais que nos tenha sido posto dogmaticamente, e que sendo assim, nos limite e aprisione por toda uma vida.
Em suma, um convite à espontaneidade.
Tá recomendado!

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Quando a margem é via mestra...

A escolha radical de transgredir, para manter-se fiel a si: eis o convite que nos faz Bonder, em seu livro. Irmanar-nos ao maior dos marginais, o Cristo, que se acompanhou de prostitutas, ladrões, leprosos... para tocar a viva carne da vida, para ser coerente com sua alma, para manter não apenas o conservador corpo (que só quer o imediato bem-estar)...

É assim, desconstruindo verdades que parecem cristalizadas a um olhar pouco arguto e anestesiado, que o rabino Bonder traça seu percurso de descontruir verdades estabelecidas e desautomatizar as percepções, incitando-nos a um exame de desnudar entranhas além da derme e, fatalmente, somos conduzidos à escolha pela via marginal.

E por esta via reconhecemos as opções de outros mestres, por isso foram invocados Lao Tsé e Guimarães Rosa: reconhecida a filiação à linhagem dos permanentes transgressores que assim o fazem para permanecerem honestos consigo mesmos...

assim seja. maktub. oxalá. evoé. oito deitado.

domingo, 1 de abril de 2012

"A alma imoral" no Amoretto

Foi no ambiente clean do Amoretto Coke Shop que nos reunimos ontem, 31/03, para o segundo encontro do Café com Leitura em 2012.


O livro 'A alma imoral' do Nilton Bonder foi o alvo da discussão, mas  Guimarães Rosa e Lao Tsé também entraram na roda. E entre provocações e identificações as horas passaram rapidamente por nós.

Ainda tivemos a participação especial da Martha Perrusi, que aceitou o convite e estará conosco nos próximos encontros. Além de Martha, também participaram da discussão Renata, Ana Carla, Glenda, Lila e Anna Flávia.


Nos dias que virão publicaremos nossos textos sobre a obra. 
 
Próximo encontro: Domingo*, 29/04, às 12h.
Livro: A segunda vez que te conheci, Marcelo Rubens Paiva.
 
 
*Nos próximos dois meses os encontros acontecerão, excepcionalmente, aos domingos.