quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Muita criatividade

Com diversos contos publicados na internet, Karina Dias é um poço de criatividade.
Indubitávelmente.
Como se fosse uma amiga nos contando um causo, ela prende a atenção dos leitores. É esse o seu propósito, acredito. E ela o executa com maestria.

O mote é muito interessante, mas essa sensação de estar ouvindo uma fofoca não me atraiu.
Mas eu sou problemática, não ela.
Muitos gostam.
Até escuto as histórias dos seus contos com interesse, mas na hora da leitura, algo falta. É um texto com muitas marcas de oralidade, ótimo para ser ouvido.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

"Todo ponto de vista é a vista de um ponto" [L.Boff]


Se eu encontrasse o livro solto em uma livraria ou biblioteca, não leria.
Mas se uma amiga super entusiasmada com a trama me indica, eu leio.
Se me apegasse a edição, a revisão, a técnica, desistiria nos primeiros parágrafos.
Porém, se me apego ao tema, ignoro todo o resto.
Se o comparasse aos clássicos literários, nem insistiria.
Entretanto se distâncio o preconceito inato, leio como quem acompanha novela.
Se crio expectativas, me frusto.
No entanto, se deixo-me seduzir pela criatividade da autora, me delicio.
Para cada justificativa que quiser usar para ler, assistir, ouvir ou criar uma obra, encontrarei argumentos.
Creio que essa não é a proposta da arte. Não só da arte, mas também daquilo que passa longe de sê-la. As criaçõess devem ser vividas, experimentadas e ponto. Até para criticar é preciso conhecer, não é mesmo? É digno dizer que gosto ou não gosto de algo, mas daí a dizer se serve ou não serve é outra história. Mas não pretendo seguir esse caminho rumo à filosofia.
O fato é que o romance entre Duda, Gaby e Samantha é quente e instigante. Até o ser mais preguiçoso ler em menos de uma semana. Não só por tratar-se de um romance entre mulheres, mas também pela criatividade contida na história.  E isso torna a homossexualidade apenas um detalhe, diante de dramas bem mais relevantes vividos pelas personagens. Dramas que não são privilégios dos homossexuais vivê-los, afinal, qualquer ser vivo, exceto os vegetais, está suscetível ao amor e/ou à ausência dele.
Então, durante a fase de 'Aquele dia junto ao mar', ficou a reflexão: Se a cada passo dado eu pensar no que o outro irá pensar a respeito, eu estagno.
Contudo se sou fiel aos princípios que eu reproduzo em bom tom, vida a fora, eu publico, leio, comento e recomendo.
Desprenda-se e aproveite!  

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

A HORA DELAS

A história de Duda e Gaby precisa ser lida com a emoção. A razão só vai atrapalhar, garanto. Primeiro porque você não lê exatamente, mas devora. Segundo porque você também pode apreciar com mais calma, como se estivesse sorvendo o prazer que dá fazer amor com quem se ama. É incrível como Duda e Gaby fazem amor. E não estou falando quando a coisa já chega nos finalmentes (que são deliciosos, diga-se de passagem). Estou me referindo, principalmente, ao contato verbal, às insistências de Duda, aos desdenhos tão magneticamente bem fingidos de Gaby. Isso tudo faz parte do “fazer amor” dessas duas personagens.

Ler “Aquele dia junto ao mar” é sentir em universo ideal a realidade do bom relacionamento entre mulheres. O desejo, a paixão, a entrega, o amor. Tudo isso junto dá uma confusão danada na nossa vida. Confusão boa quando tudo termina bem. Mas até terminar ambas são colocadas em muitas provas. Duda experimenta a prova da insistência e a chatice de ser rejeitada pela mulher que ama. Gaby prova, com a insistência de Duda, a vida doce que teria ao lado dela. Mas, quando olha para o seu então presente, o sabor amargo dos seus dias toma-lhe novamente o paladar. É difícil.

Essas garotas precisam de forças. Forças para suportar os caminhos tortuosos que vão dar você vai ver onde. Forças para rever conceitos, tomar atitudes e também se resignar quando o melhor a fazer é não fazer nada. Essa é a grande mensagem do livro. Não desistir, mas também saber esperar. E muitas vezes a vitória só vem quando a gente aprende que é preciso aprender a esperar. A hora certa sempre chega e quase sempre não se guia pelo relógio da nossa vontade.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Amores instantâneos

Parece que quando atração, mistério, tesão, paixão e encanto se misturam com um certo ingrediente mágico o amor aparece.

E não adianta o que aconteça, os olhos cegam para as dificuldades e até a realidade cruel passa a ser ignorada com o intuito único de fazer o amor vencer. Ao menos é assim na ficção, onde quase sempre o casal principal supera todos os obstáculos pra ficar junto no final.

Até porque, quem vai querer destruir as ilusões dos leitores mais românticos?

Karina Dias que não!
(ou sim? só lendo 'Aquele dia junto ao mar' pra descobrir.)

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

NO CASTIGLIANI, COM PIPOCA

Uma jovem se apaixona por uma garota de programa, que nunca se imaginou antes tendo um romance com uma mulher. Depois de muitas intempéries, finalmente o relacionamento dá certo e elas ficam juntas. Esse é mote para uma história de amor que norteia o livro discutido no encontro do Grupo Café com Leitura: “Aquele dia junto ao mar”, de Karina Dias. A reunião aconteceu no Castigliani, na Fundaj, Derby, local palco do primeiro encontro do grupo. Ano novo, café velho (no bom sentido), como disse Anna Flávia.

Opiniões diversas para uma obra que não deixou que suas críticas leitoras desgrudassem do livro em paz até terminarem de apreciar todos os capítulos. Digo a maioria porque há contradições, e ainda bem que elas existem. Ficou uma pergunta no ar: apreciamos a história porque se trata de um tema lésbico ou porque a história é boa, instigante? Claro que não conseguimos chegar a um denominador comum, graças a Deus, mas num ponto todas concordaram: a autora é criativa e tem fôlego.

Mas e a pipoca, onde é que fica? A pipoca não entrou nessa história, mas sim na do filme “Como esquecer”, protagonizado pela atriz Ana Paula Arósio. A sala de cinema da Fundaj lotou e teve até quem sentou-se no chão para ver a história de três pessoas que trilham caminhos diferentes para “esquecer” ou “renascer” o amor. Tanto o elenco do filme quanto o da plateia estavam à altura. Noite especial. E o Café com Leitura não poderia perder essa estreia. Filme denso, inquietante e provocador.

Ah! E sobre o livro, aguardem os posts, que devem ser tão interessantes quanto diversos entre si!

Próximo encontro:
Dia: 22/01/11
Tema: Literatura
Livro: Antes do baile verde, de Lygia Fagundes Telles
Indicação: Leusa Santos