sexta-feira, 25 de maio de 2012

Personagem padrão!


O livro A segunda vez que te conheci conta a história de Raul, um jornalista viciado em trabalho e casado com Ariela. Certo dia, sabe-se lá Deus porquê, ela resolveu deixa-lo. Mas não é preciso muito esforço para entendê-la.

Após a fim do casamento, ele começou a namorar a melhor amiga de sua ex-mulher, uma moça chamada Fabi. Em pouco tempo, Fabi mudou-se para o apartamento de Raul. E, certa noite, após chegarem de uma sessão de cinema, ela o informou que ia embora. E pela segunda vez ele sente o agridoce* da separação.

Com duas separações e uma demissão no currículo, Raul mudou-se para um flat de um amigo e passou a agenciar prostitutas. Tornou-se um verdadeiro especialista em comércio sexual. E quando Ariela o reencontrou, ele já não era mais o mesmo. Acredito que nem ele sabia mais quem se tornara.

O autor foi feliz na escolha do título, ele desperta curiosidade, faz a narrativa parecer densa, mas achei a história de Raul é profundamente rasa. Surpreenderia mais se não houvesse um caráter tão “comum” a quase toda humanidade.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Quando não consigo ser contaminada


Uma expressão que me vem a mente como representativa do meu entusiasmo com a leitura de algo é a palavra "contaminação". Antes de iniciar a leitura do livro, confesso, estive bem motivada pro início das leituras. O nome de Marcelo Rubens Paiva já era conhecido. E o título, concordando com o texto anterior era, de fato, bem atraente, contudo a leitura de "A segunda vez que te conheci", se mostrou bastante maçante.

A cada passagem de página, a cada chegada a um novo capítulo ressurgia em mim uma nova esperança de que as coisas avançassem rumo a minha expectativa. Fato que, chegado à última página, não conteceu.

A impressão que me deu foi a de falta de um mínimo de humildade do autor. A história flui, mas a impressão é a de que o autor tem uma preocupação contínua e maior que a obra. É uma preocupação que subjaz nas entrelinhas.

Tentei ter o cuidado de fazer com que a minha antipatia pelo protagonista, desde o início da leitura, não fosse transferida ao conjunto da obra, mas o fato objetivo, é que isso foi se tornando complicado, à medida que eu avançava na leitura.

Marcelo não deixava de aparecer. Acho que o escritor acaba se denunciando. Na verdade não sei se tem como se desnudar de si completamente, mesmo em obras teoricamente ficcionais.

Em suma, não consegui ser contaminada pelo livro que, a propósito, não indicaria. Mas tô com disposição para ler, mais pra frente, outros títulos do autor. Quem sabe não sai a má impressão.

terça-feira, 15 de maio de 2012

por trás de um bom título...

O livro do Marcelo Rubens Paiva, intitulado A Segunda Vez que te Conheci, foi a minha terceira experiência de leitura desse rapaz. Ainda na adolescência, li o primeiro que ele escreveu: Feliz Ano Velho, relato assumidamente autobiográfico cujo mote é o acidente que sofreu ao dar um mergulho mal calculado que o levou a uma cadeira de rodas. Este parece um bom relato juvenil de uma época, os anos 80 e suas inquietudes: MRB relata, como um filho de deputado de esquerda, as inquietações de um jovem estudante da Unicamp que tenta militar politicamente (sob o fantasma do pai preso pelos militares e que jamais retorna) em um país ainda sob o flagelo de uma ditadura militar.

Já se percebe no livro certa imaturidade na escrita de Marcelo e os lampejos de sua autoindulgência travestida de suposta ironia, mas que desvelam o machismo e a acidez do moço. O que soa ao leitor como "honestidade" do relato parece vir da condição de solidariedade ao flagelo sofrido por um jovem em fase universitária, ainda eivado dos idealismos dessa fase da vida, e de certa aura da própria cultura pop que figura como pano de fundo ao texto.

A segunda leitura foi de Bala na Agulha, que me pareceu inócua:  mote forçado e cheio de clichês do brasileiro que vai viver nos Estados Unidos e torna-se traficante. E, enfim, chegamos ao romance A Segunda Vez que te Conheci. Desses dois últimos, a leitura me soou cheia de clichês, sem densidade alguma e, também, sem a leveza (uma possível contrapartida) que também representaria bom motivo para a literatura. Parece que, para MRB, a marginalidade é o clichê indispensável para seus personagens, que precisam ser traficantes, cafetões, assassinos ou putas... Mas parecem apenas, psicologicamente e do ponto de vista da trama, profundos como um píres.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

A segunda vez...

"Ex-marido é como um banheiro velho. Ela quer homens sem vícios, ferrugens e vazamentos. Como não entende de encanamentos, abandona."


Trecho de 'A segunda vez que te conheci',
do Marcelo Rubens Paiva

domingo, 6 de maio de 2012

Café, almoço e leitura no Pátio

O Café com Leitura realizou seu terceiro encontro do ano no ambiente aconchegante e requintado do restaurante 'O Pátio - Café & Cozinha'. A discussão, acontecida em 29/04, contou com a participação de Renata, Ana Carla, Glenda, Martha e Lila..

O romance discutido foi "A segunda vez que te conheci" do escritor e dramaturgo Marcelo Rubens Paiva. O livro, indicado por Lila, trata de uma personagem que após o término de seu segundo casamento, vai morar num flat e no prédio conhece uma prostituta chamada Karla. Quando percebe, está gerenciando a vida de dezenas de garotas de programa e ao reencontrar com sua primeira ex-mulher, ele não é mais o mesmo.  Na sequência, o grupo elencará suas impressões sobre a obra!


Próximo encontro: sábado, 26/05, às 17h.
Livro: Zen e arte da manutenção de motocicletas - Robert M. Pirsig