Se eu encontrasse o livro solto em uma livraria ou biblioteca, não leria.
Mas se uma amiga super entusiasmada com a trama me indica, eu leio.
Se me apegasse a edição, a revisão, a técnica, desistiria nos primeiros parágrafos.
Porém, se me apego ao tema, ignoro todo o resto.
Se o comparasse aos clássicos literários, nem insistiria.
Entretanto se distâncio o preconceito inato, leio como quem acompanha novela.
Se crio expectativas, me frusto.
No entanto, se deixo-me seduzir pela criatividade da autora, me delicio.
Para cada justificativa que quiser usar para ler, assistir, ouvir ou criar uma obra, encontrarei argumentos.
Creio que essa não é a proposta da arte. Não só da arte, mas também daquilo que passa longe de sê-la. As criaçõess devem ser vividas, experimentadas e ponto. Até para criticar é preciso conhecer, não é mesmo? É digno dizer que gosto ou não gosto de algo, mas daí a dizer se serve ou não serve é outra história. Mas não pretendo seguir esse caminho rumo à filosofia.
O fato é que o romance entre Duda, Gaby e Samantha é quente e instigante. Até o ser mais preguiçoso ler em menos de uma semana. Não só por tratar-se de um romance entre mulheres, mas também pela criatividade contida na história. E isso torna a homossexualidade apenas um detalhe, diante de dramas bem mais relevantes vividos pelas personagens. Dramas que não são privilégios dos homossexuais vivê-los, afinal, qualquer ser vivo, exceto os vegetais, está suscetível ao amor e/ou à ausência dele.
Então, durante a fase de 'Aquele dia junto ao mar', ficou a reflexão: Se a cada passo dado eu pensar no que o outro irá pensar a respeito, eu estagno.
Contudo se sou fiel aos princípios que eu reproduzo em bom tom, vida a fora, eu publico, leio, comento e recomendo.
Desprenda-se e aproveite!