domingo, 30 de junho de 2013

Vidas que não são

Vida:
  1. Duração das coisas.
  2. Existência. 
  3. União da alma com o corpo. 
  4. Espaço de tempo compreendido entre o nascimento e a morte do ser humano.
  5. Maneira de viver no tocante à fortuna ou desgraça de uma pessoa ou às comodidades ou incomodidades com que vive
  6. Alimentação, subsistência, sustento, passadio. 
  7. Condições para viver e durar; vitalidade. 
  8. Princípio de existência de força; condições de bem-estar, vigor, energia, progresso. 
  9. Expressão viva e animada, animação, entusiasmo. 
  10. Causa, origem. 
  11. Sustentáculo, apoio principal, fundamento, essência


Ainda há tantas perspectivas pra definições... E são tantos os adjetivos pra casar. Graciliano focou nas secas.

Livro impactante! Ao meu agrado, como são todas as boas histórias que não se esquecem de fazer boas leituras sociais.

No caso de Vidas Secas a leitura é crítica. Criticamente comovedora, instigante como toda trama. Faz o coração bater em compasso oprimido. E o coração apertou tanto que houve capítulos que não reuni condições de vivenciar, como o da morte de Baleia.

Como nordestina conhecedora da realidade da seca através das minhas histórias familiares agrestinas - tanto as contadas como as presenciadas-, ler Graciliano foi perceber o quanto as telas desenhadas nas suas linhas eram vivas, apesar de secas. Como era condizente, pertinente e real aquilo tudo.Como eram os personagens fortes, apesar de fracos. 

As vivências são distantes da realidade metropolitana dos muitos leitores que já degustaram o cheiro de poeira seca do sertão desenhado por Graciliano, mas duvido muito que alguém que chegue a última página possa dizer que o coração não descompassou.

Sinhá Vitória, Fabiano, Baleia, os meninos, o céu, a poeira, a fome, o medo, a ignorância, a opressão, a cidadania inexistente, o sertão sem lei, o trabalho duro, a vida que é mera existência.

Um privilégio a oportunidade dessa leitura.